Reuniões produtivas, é possível realizá-las?

Reuniões produtivas, é possível realizá-las?

  • 19 de fevereiro de 2018

Reuniões podem ser muito tediosas e monótonas. Especialmente em grandes empresas, a regra é que raramente são benéficas, e servem apenas para matar tempo. Um tempo que poderia ser empregado em tarefas realmente úteis, benéficas e produtivas. Pior ainda quando é só um que fala, ficando, desta forma, implícito que todos os outros devem apenas ouvir, concordar com tudo o que ouviram e depois fazer tudo aquilo que foi “acordado” pelo chefe, pelo gerente, ou por quem quer que tenha presidido a reunião.

Reuniões normalmente são assim mesmo. Poucas empresas conseguem fugir das formalidades e empregar uma forma mais dinâmica e interativa de reunião, onde é possível agregar conhecimento, tirar dúvidas e congregar ideias. Reuniões são formalidades engessadas e inflexíveis, onde os comandados devem ouvir o que exigem os seus respectivos líderes, e depois cumprir da melhor forma possível tudo o que foi dito.

Acontece que reuniões não serão motivadoras e eficientes se não permitirmos que mais pessoas se expressem e contribuam com novas ideias. Em todas as reuniões de que participei na vida, eu praticamente fiquei calado, ouvindo tudo o que era dito. Mas na grande maioria delas, eu não era o único. Os empregados normalmente são tratados como pessoas irrelevantes, indivíduos que não tem nada a contribuir.

Reparei também que pessoas mais jovens são sempre menosprezadas por pessoas mais velhas; consideradas irremediavelmente inexperientes, são automaticamente inimputáveis, e, portanto, não tem como colaborar. Este pensamento, além de ser profundamente equivocado, é uma verdadeira máquina de gerar dificuldades. Além de a empresa boicotar a si mesma quanto a possibilidades e percepções de ideias que poderiam gerar valores e resultados surpreendentes, as portas para a inovação e renovação são automaticamente fechadas.

Já vi alguns exemplos onde isso gerou drásticas consequências negativas, visto que as novas gerações são muito mais versadas em computadores, aplicativos e redes sociais do que pessoas de mais velhas e saberiam usar isso de forma a gerar lucro para a empresa na qual trabalham. Mas como foram subestimadas e não receberam nenhuma oportunidade de demonstrar o que sabiam, a empresa saiu perdendo, sem sequer tomar conhecimento disso.

Evidentemente, nem todos os jovens terão com o que contribuir, assim como nem todos os indivíduos aparentemente experientes. Somos culpados pelos talentos que poderíamos ter permitido que aflorassem, mas que murcharam devido a negligência e falta de incentivo.

Em qualquer ambiente de trabalho, devemos permitir que se desenvolva a liberdade criativa dos funcionários. E isso deve estender-se às reuniões. Embora elas devam ser breves, afinal, reuniões longas e redundantes são contraproducentes. Não podemos asfixiar talentos emergentes, que poderiam realizar excelentes contribuições e produzir, inovações marcantes no mercado, além de alta lucratividade.

Lembre-se, todos os grande gênios do mercado – Henry Ford, Steve Jobs, Walt Disney, Abílio Diniz – foram jovens um dia. Você pode estar com o próximo grande nome da sua área de atuação. Portanto, valorize e estimule os talentos que você tem à sua disposição. Em todos os níveis de atuação da empresa. E isso inclui, evidentemente, as reuniões. Reuniões dinâmicas, interativas e colaborativas. Muito superiores às meramente formais e esclerosadas, que para nada servem, a não ser para tomar café, enquanto se finge um entusiasmo que não existe, e um frágil interesse, que luta arduamente para disfarçar a fadiga e a sonolência.

 

Artigo produzido pelo Jornal do Empreendedor