Just in Time: Uma filosofia eficiente para as organizações.

Just in Time: Uma filosofia eficiente para as organizações.

Sendo uma parte do sistema de administração responsável pelo gerenciamento do processo produtivo que vai desde a aquisição dos insumos necessários até a entrega ao cliente final, a logística vem tendo um importante papel na promoção da competitividade de diversas organizações, seja ela públicas e privadas. Para extrapolar os desafios apresentados nos dias atuais, no qual o ponto de inflexão para várias empresas passa pela a superação das expectativas dos clientes, a logística se tornou uma estratégia eficaz que gerencia, de forma integrada, todos os processos voltados para a geração de valor ao cliente. Com isso, alguns pontos fundamentais devem ser identificados, como (1) uso de sistemas de informações integrados para rápida e eficiente tomada de decisão, (2) a visualização de toda a cadeia de suprimentos para identificar e fortalecer os elos dessa “corrente” e (3) a rápida movimentação dos insumos, em que se busca a otimização dos recursos (financeiros, estruturais e humanos).

Muitas vezes, escutamos que a logística é inserida nas organizações como uma atividade de exclusivamente voltada para os transportes, mas esta visão encontra-se defasada, uma vez que a logística é um elemento relacional e não transacional. Esta metodologia vem, ao longo do tempo, agregando elementos de marketing, qualidade, finanças, dentre outros, atendendo as necessidades internas da organização e as ações necessárias para o atendimento dos clientes e se bem desenvolvida, alguns benefícios podem ser extraídos, como:

  • Redução de estoques;
  • Melhoria no atendimento dos clientes;
  • Ampliação da eficiência operacional, e
  • Cumprimento de prazos de entrega/atendimento.

Ressalta-se que as ferramentas de logísticas auxiliam as organizações no “como fazer”, assim apresenta-se a seguir o método Just in time (JIT), uma das filosofias mais utilizados pelas empresas. Focado na premissa de produzir bens e serviços no momento que são necessários para atender a demanda, o modelo JIT é utilizado para que os produtos fabricados não sejam colocados em estoque e nem que faça o cliente esperar para obter o seu pedido. Não focaremos neste texto, o histórico deste método, no qual discorre sobre a busca da competitividade da Toyota Motor Company frente as indústrias norte-americanas na década de 60. Busca-se dissertar aqui, sobre os benefícios desta técnica para ampliar a geração de valor ao cliente de algumas das organizações.

Como dito, o JIT busca mitigar ao máximo o desperdício, bem como a melhoria continua dos processos, tornando uma forma alternativa à produção em massa, em que tem em sua essência a demanda do mercado. Neste aspecto, pode-se dizer que houve uma alteração do modelo de produção, passando do formato empurrado, na qual a empresa fabrica e “empurra” o produto ao cliente, para uma produção puxada, em que o produto/serviço é demandado pelo mercado é fabricado pela empresa, na quantidade necessária para supri-lo.

Umas das vantagens deste método é a redução dos custos da empresa sincronizando a necessidade dos clientes e efetuando o serviço com o mínimo de recurso possível, sem perder a qualidade. Outro ponto é a integração das atividades para se obter uma fabricação em alto volume com o mínimo de matéria-prima ou estoque de produtos em processo ou acabados. Para isso, um grande aliado para o alcance deste objetivo é a técnica Kanban, na qual utiliza-se cartões para sinalizar a necessidade, ou não, de se produzir mais um determinado material. De maneira simples, o funcionamento desta técnica fundamenta-se no uso de cartões para indicar que o estágio de produção anterior está necessitando de material para a produção final.

Assim, pode-se notar a necessidade e a complexidade do planejamento a ser realizado, o que necessita de uma compreensão de todas as atividades e a condução de todos os envolvidos no processo, seja interno ou externo a organização. No que tange os atores do processo externo, o JIT também realça a qualificação dos fornecedores de materiais, o que contribui na redução dos custos gerais da produção ou da prestação do serviço. Esta ação, chamada ‘gerenciamento da cadeia de suprimentos’, também conhecida como Supply Chain Management (SCM), tem uma imensa colaboração no atendimento das necessidades do consumidor final, uma vez que os fornecedores passam a ajudar para que o produto ou serviço tenha um nível de excelência máximo, mas este é um assunto para outro artigo.

Termino este texto com a sugestão de que vocês identifiquem o processo de produção de sua empresa. Os fornecedores são parceiros? Eles têm o mesmo método de trabalho de vocês? Quais as ações que você pode realizar em sua empresa e contribuir em seus fornecedores que melhoria o seu produto ou serviço ao seu cliente?

Felipe Braga

Especialista em gerenciamento de projetos e Logística e Produção. Atuou como consultor em vários estados do Brasil e atualmente é CEO da FBR Assessoria e Serviços Gerenciais.